Reconduzida à liderança do PV, a deputada Leandre (PR) disse que o ponto crucial para o partido é consolidar os avanços na legislação ambiental. Além disso, a prioridade são projetos voltados à população mais vulnerável, como crianças e idosos.
Ela defende maior autonomia da Câmara, para pautar projetos de iniciativa dos deputados, em vez de se guiar pela agenda do Executivo. Nesse sentido, ela elogiou a decisão da Câmara de devolver R$ 230 milhões ao orçamento da União para que sejam usados no combate à violência contra a mulher.
Em seu primeiro mandato na Câmara, Leandre é bacharel em engenharia civil. Ela fundou a Casa de Apoio Ideal, em 2000, para abrigar pessoas do interior do Paraná que buscam tratamento de saúde em Curitiba. As histórias dessas famílias são relatadas pela deputada no livro “A Dona da Pensão”, lançado em 2014.
Atualmente, a parlamentar é a única mulher entre as lideranças partidárias da Casa.
Quais são as prioridades da legenda para este ano?
A prioridade do Partido Verde é sempre a questão ambiental. Estamos tendo um verdadeiro ataque, um desmonte na legislação ambiental. A nossa prioridade é tentar defender em especial aquilo que nós conquistamos, não deixar retroceder principalmente na questão da legislação ambiental. Porém, o Partido Verde vai muito além disso. Nós vamos priorizar projetos e ações voltados aos mais vulneráveis, mas sob um ponto de vista do futuro. Estamos priorizando projetos para proteção da primeira infância e políticas para pessoas idosas. O Brasil é o terceiro país que envelhece mais rápido no mundo, tendo a sexta população maior de idosos no planeta. O PV se preocupa com o futuro do nosso planeta, mas principalmente com a sobrevivência da espécie humana.
Quais as expectativas em relação à pauta da Câmara nesse semestre?
Nós esperamos que a Câmara tenha uma pauta própria, não precise ficar trabalhando a pauta do governo. É lógico que, se o Executivo pedir a aprovação de algum projeto, desde que seja discutido, podemos contribuir para um acordo. O problema é quando vem um projeto sem que haja abertura para discussão. Ontem, por exemplo, tivemos a devolução de R$230 milhões de uma economia feita por todos os parlamentares da Câmara para o combate à violência contra a mulher. É uma coisa inovadora e demonstra a sensibilidade que hoje a gestão da Casa tem em relação a um grave problema que assola nosso país. Milhares de mulheres são violentadas todos os dias, sem contar a subnotificação. Vejo que a Câmara já deu um bom primeiro passo.
O que pode ser aprovado da pauta econômica em 2018?
Eu gostaria que a gente pudesse discutir a reforma tributária para que possamos desburocratizar o país. Talvez não seja a reforma dos sonhos, mas já é um primeiro passo para incentivar o emprego e a renda.
Fonte: Folha do Pantanal