A ministra da Saúde, Nísia Trindade, exonerou nesta quarta-feira, 21, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes. Esta é a primeira troca que a titular da pasta faz entre os secretários desde que assumiu, em janeiro de 2023.
A exoneração deve ser publicada no Diário Oficial da União de quinta-feira, 22. Quem assume no lugar é o diretor de Programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço de Oliveira.
A Atenção Primária à Saúde é responsável por programas como o Mais Médicos, Saúde na Escola e Brasil Sorridente.
A exoneração acontece após um requerimento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e líderes partidários questionando a ministra sobre os critérios para a distribuição de verbas da Atenção Primária e da Alta Complexidade. O documento, assinado por Lira em 5 de fevereiro, também traz perguntas sobre os critérios de pagamento das emendas parlamentares.
A solicitação ocorreu em meio à irritação de líderes com a falta de cumprimento de acordos entre o Executivo e o Congresso. De acordo com aliados de Lira, o Planalto havia prometido o repasse de R$2 bilhões em emendas de saúde, mas R$300 milhões foram pagos.
A reclamação de líderes do Centrão era de que certos municípios recebiam mais recursos do que deveriam, e outros menos. Para eles, a diferença de valores contribuiu para o cenário conturbado na Câmara. O requerimento foi assinado por líderes do PDT, Republicanos, União Brasil, PSDB, Podemos e PL.
Além disso, servidores da pasta afirmaram à reportagem que o secretário da Atenção Primária acumulava divergências com a equipe e com a cúpula do ministério. Dentro da secretaria, a gestão dele não era unanimidade.
Em novembro do ano passado, Fernandes aprovou uma polêmica apresentação em um evento do Ministério da Saúde, a “dança Batcu”. A dança erótica aconteceu no 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde: na ocasião, uma mulher dançou uma versão de “Batcu”, de Aretuza Lovi. O evento repercutiu mal e custou ao Ministério da Saúde R$ 2 mil.
A repercussão gerou um movimento de revolta entre oposicionistas que questionaram o comportamento em um evento oficial do governo. Como resultado, Diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da pasta, Andrey Lemos, assumiu a responsabilidade e foi exonerado.
Fonte: O Globo