Mulheres de Cuiabá fazem ato com o lema “Não queremos flores, exigimos respeito”, na Praça Alencastro, em protesto contra a violência no estado
Nesta quinta-feira, 8 de Março, no Dia Internacional da Mulher, data instituida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ser um marco prol da reivindicação das mulheres por melhores condições de trabalho, igualdade de direitos e oportunidades na sociedade, o Grupo de Mulheres de Mato Grosso organizou um ato para chamar atenção para um triste problema regional, os altos índices de feminicídio.
De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de Mato Grosso, somente nesses dois primeiros meses do ano, já foram registrados 18 homicídios contra mulheres, sendo quatro em Cuiabá, um em Várzea Grande e o restante em outros municípios. Dos casos registrados, 13 foram caracterizados com crimes passionais, com ligação direta ao gênero. Uma morte registrada a cada três dias.
Com o tema “Não queremos flores, exigimos respeito”, o evento teve início às 8h na Praça Alencastro, região central de Cuiabá. A expectativa era de reunir mais de mil mulheres no local.
Uma das organizadoras do ato e integrante do Movimento das Mulheres do Partido Verde (PV) Mulher, Cleia Diva explica que o principal objetivo do evento é chamar a atenção e alertar as autoridades para o alto índice de mulheres assassinadas. “O evento é para falar sobre o feminicídio, que vem crescendo aqui no Estado de Mato Grosso. Nós mulheres somos submetidas diariamente a pressões psicológicas, físicas e morais. Queremos que as autoridades competentes e a Delegacia de Defesa da Mulher estejam mais atentas, com no mínimo um atendimento 24 horas”, destaca.
O protesto foi organizado por diversos grupos de mulheres que resolveram unir forças para se manifestar e contou com o apoio do PV Mulher e do escritório de advocacia Ardonil M. Gonzales Junior e Advogados Associados.
Ao longo do dia estão ocorrendo palestras, orientações jurídicas e preventivas de combate à violência doméstica e familiar durante todo o dia. De acordo com Cléia, a proposta é dar continuidade ao trabalho em defesa da mulher iniciado pelos movimentos feministas do Brasil. A feminista explica que um dos principais problemas na hora de fazer uma denúncia è a opressão e que por isso muitas se calam.
FONTE: Letícia Kathucia
Fonte: Circuito Mato Grosso