A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), previsto para 2025, contará com uma importante ação afirmativa voltada à equidade de gênero: a garantia de que ao menos 50% das pessoas classificadas para a segunda fase do concurso sejam mulheres, sempre que o número de aprovadas for inferior a esse percentual.
O anúncio foi feito pela ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (30/6). Segundo a ministra, a medida busca corrigir uma distorção identificada na primeira edição do certame, quando, embora as mulheres tenham representado 56% das pessoas inscritas, foram apenas 37% entre os aprovados. Já os homens, que eram 44% dos inscritos, conquistaram 63% das vagas.
“Não se trata de cota para mulheres, mas de um mecanismo de equiparação de participação entre mulheres e homens na etapa classificatória. Queremos garantir condições mais justas de disputa”, destacou Esther Dweck.
Como funcionará a ação afirmativa
A medida será aplicada em cada cargo, especialidade e cota. Caso, na primeira etapa, as mulheres tenham desempenho inferior a 50% no quantitativo de aprovados, serão incluídas candidatas até alcançar essa paridade mínima. Um modelo semelhante já é usado no concurso do Itamaraty, para a seleção de diplomatas.
A ministra apresentou um exemplo: se um cargo tiver 20 vagas, serão chamados 180 candidatos para a segunda fase. Supondo que na ampla concorrência sejam aprovados 65 homens e 52 mulheres, serão adicionadas 13 mulheres para equilibrar a participação, resultando em 65 homens e 65 mulheres nessa etapa.
Importante destacar que a nota final do concurso continuará a ser composta pela soma das provas objetiva, discursiva e títulos (quando houver), sem qualquer alteração nos critérios de avaliação.
Avanço nas cotas raciais e sociais
Além da ação afirmativa para mulheres, a ministra também anunciou o cumprimento da nova Lei de Cotas no serviço público, que destina:
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25% das vagas para pessoas negras
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3% para indígenas
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2% para quilombolas
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5% para pessoas com deficiência (PcD)
Nos cargos com número de vagas reduzido — abaixo do mínimo para aplicação direta das cotas — foi realizado um sorteio público para garantir a reserva proporcional de vagas, conforme estabelecido pela legislação.
Novo concurso: inscrições começam dia 2 de julho
O edital do CNU 2025 será publicado em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta segunda-feira (30/6). Serão 3.652 vagas em 32 órgãos federais, com oportunidades para níveis superior e médio, organizadas em nove blocos temáticos.
As inscrições estarão abertas de 2 a 20 de julho, com taxa de R$ 70, e poderão ser feitas pelo site da FGV, banca responsável pela organização do certame.
Fonte: Correio Braziliense