Números reforçam a urgência de ampliar o rastreamento da doença no Brasil
Entre 2018 e 2023, mais de 108 mil mulheres brasileiras com menos de 50 anos foram diagnosticadas com câncer de mama. Isso representa 1 em cada 3 casos da doença no país, segundo análise do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) com base em dados do Painel Oncologia Brasil.
O levantamento traz um alerta: embora a maior parte dos programas públicos de rastreamento priorize mulheres entre 50 e 69 anos, milhares de mulheres fora dessa faixa etária estão adoecendo e morrendo sem o diagnóstico precoce que poderia salvar suas vidas.
Números que preocupam
Entre os mais de 319 mil casos de câncer de mama registrados no Brasil nesse período:
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71.204 ocorreram em mulheres entre 40 e 49 anos
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19.576 em mulheres entre 35 e 39 anos
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53.240 em mulheres com mais de 70 anos
Apesar de estarem fora da faixa prioritária para rastreamento no SUS, essas mulheres representaram juntas mais de 40% dos diagnósticos de câncer de mama.
“Precisamos rever as diretrizes do rastreamento. Mulheres mais jovens e idosas também estão em risco. O diagnóstico precoce é o que faz a diferença entre viver e morrer”, afirma o CBR.
Aumento nos diagnósticos
O número de casos também cresceu de forma preocupante:
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2018: 40.953 casos
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2023: 65.283 casos
➡️ Aumento de 59% em seis anos
São Paulo lidera o ranking de diagnósticos em números absolutos, com mais de 22 mil casos entre 2018 e 2023, seguido por Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia.
Mortalidade em alta
Infelizmente, o aumento de diagnósticos veio acompanhado de mais mortes. Foram 173.690 óbitos por câncer de mama no Brasil entre 2018 e 2023 — 38% a mais do que em 2014.
Só entre as mulheres com menos de 50 anos, foram registradas 38.793 mortes, o que corresponde a 22% de todos os óbitos pela doença no período. Já entre mulheres com mais de 70 anos, foram 56.193 mortes (32%).
O CBR aponta que a pandemia de covid-19 contribuiu para o agravamento do cenário, interrompendo rastreamentos e dificultando o acesso ao tratamento, o que gerou um “efeito acumulado” nas taxas de mortalidade.
Diagnóstico precoce salva vidas
De acordo com especialistas, o rastreamento precoce pode reduzir em até 30% as mortes por câncer de mama. Isso significa que milhares de vidas poderiam ser salvas com exames feitos no momento certo.
“A cada mulher que descobre a doença em estágio inicial, aumentam suas chances de cura e qualidade de vida. Precisamos garantir que o acesso à mamografia seja uma realidade para todas”, conclui o CBR.
Fonte: Agência Patrícia Galvão