Com média de 420 casos diários de violência doméstica, Minas Gerais lança a campanha “A violência que os olhos não veem”, promovida pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese) e da Subsecretaria de Políticas para Mulheres (Subpdm). A ação destaca formas de violência que muitas vezes passam despercebidas, mas deixam marcas profundas, como manipulação psicológica, controle financeiro e ameaças digitais.
A frase central da campanha é clara: “Nem toda violência deixa marcas visíveis, mas toda violência machuca”. O objetivo é conscientizar a população sobre sinais sutis que antecedem agressões mais graves e reforçar que há rede de apoio para mulheres em qualquer situação de risco.
O panorama em Minas
Em 2024, o Estado registrou 153 mil casos de violência doméstica e familiar, com média de 420 ocorrências por dia. 161 mulheres foram assassinadas em crimes de feminicídio, enquanto outras 248 sobreviveram a tentativas. Apesar da queda de 14% nos feminicídios consumados, o aumento de 48% nas tentativas evidencia que a violência ainda é persistente e exige prevenção contínua.
Rede de acolhimento e denúncia
A campanha será divulgada em unidades do SUS, CRAS, CREAS e CREAM, e reforça canais de denúncia como o Disque 181 e o portal emergencia.mg.gov.br. A mensagem é direta: há apoio, há rede e é possível sair da violência, mesmo quando não deixa hematomas visíveis.
Reconhecendo os sinais
A violência de gênero nem sempre é física. Muitas vezes, está nos comentários ofensivos, ciúmes excessivos, controle de contatos e atividades, chantagens, destruição de bens ou agressões silenciosas. Identificar esses sinais precocemente é fundamental para romper o ciclo de violência.
Sobre a campanha
Com materiais em cartazes, folders, vídeos e publicações digitais, a iniciativa alcança mulheres, profissionais da rede de proteção e a sociedade em geral, mostrando que prevenir, acolher e agir é responsabilidade de todos.
Fonte: O Tempo