Dos atuais 513 deputados que ocupam as cadeiras da Câmara Federal temos apenas 51 mulheres. Isso representa 10% do total de parlamentares.
Segundo dados da ONU Mulheres, países como o Zimbábue, o Afeganistão e o Iraque estão à nossa frente em participação feminina no parlamento. Eles têm, respectivamente, 31%, 17% e 25% de mulheres em suas casas legislativas. Nem é preciso ir tão longe, nossos vizinhos sul-americanos Argentina (36%), Bolívia (50%) e Equador (41%) também estão à nossa frente neste índice.
Como pode o Brasil, que tem juízas, cientistas, médicas, advogadas, artistas, jornalistas, donas de casa e todo tipo de mulheres tão produtivas em suas áreas ter um Congresso tão abaixo dessa imagem? Somos 52% da população brasileira. Deste total, 40% são chefes de família.
Precisamos aproveitar este momento de Reforma Eleitoral para mudarmos este quadro que tanto nos envergonha. O consagrado jurista brasileiro Celso Bandeira de Mello defende o princípio da igualdade, onde temos que desenvolver ferramentas que possibilitem tratarmos igualmente homens e mulheres.
O item 6 da Reforma fala da política afirmativa de cadeiras como forma de inclusão das mulheres no parlamento pelas próximas três legislaturas. Precisamos dar ao Brasil esta chance. O olhar feminino se faz necessário no Congresso para que o país tenha avanços em áreas importantes. A vivência da mulher nos diferentes aspectos tão debatidos nesta casa é tão importante quanto a masculina. E, na tomada de decisões, este olhar precisa estar presente, ser considerado.
Esse é o caminho para podermos aumentar a participação das mulheres de tal forma que, um dia, nenhuma política afirmativa seja necessária. Vale lembrar que é preciso fortalecer a formação, a capacitação e a inclusão das mulheres em seus partidos, com fomento político, financeiro e participativo.
É questão de tempo para termos um Congresso mais igualitário e justo.
Fonte: Brasil Post