Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, comentou pesquisa que mostra que sete em cada dez brasileiros não conseguem dialogar com pessoas que possuem opiniões políticas contrárias
O Brasil pode estar vivendo o maior índice de intolerância política da sua história, de acordo com o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
Um levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva mostrou que sete em cada dez brasileiros não conseguem dialogar bem com pessoas que possuem opiniões políticas contrárias.
Além disso, 25% dos entrevistados têm alta intolerância política; 34% têm tolerância; e 41% têm alta tolerância, de acordo com a pesquisa.
“Vinte e cinco por cento é quase o eleitorado de quase todo estado de São Paulo. Vinte e cinco por cento mobilizados graças à intolerância pode comprometer o resultado das eleições, na medida em que esses brasileiros tenham uma força de mobilização muito grande. Vinte e cinco por cento é o que talvez seja o maior índice de intolerância da história do Brasil”, afirmou o Meirelles.
A pesquisa, que foi realizada com quase duas mil pessoas de todo o Brasil, em mais de 120 cidades, teve o intuito de medir a intolerância política no país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Segundo o presidente do instituto, além de não terem disposição para discutir política, os intolerantes tentam calar os brasileiros que querem debater o tema “na democracia, com tranquilidade, na exposição das ideias”.
“Não dá, de forma alguma, para permitir que 25% calem os três quartos da população que acreditam na democracia”, considera o presidente do Locomotiva.
Meirelles também pontua que as mulheres são mais tolerantes ao passo que os homens costumam ser mais intolerantes. Para ele, essas mulheres “não aguentam mais não conseguir reunir a família” e ter “essa divisão nos amigos e na família”.
“O que aconteceu em Foz do Iguaçu (PR) é um exemplo disso, era uma festa de família. Quem morreu não foi apenas um militante do PT, quem morreu foi um pai de quatro filhos, que teve a sua esposa se arriscando para defender a vida do pai da família. Isso não pode ser tolerado. Esqueçam as diferenças políticas. E quem concordar com isso está discordando está discordando da democracia.”
Ele também criticou o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) que, em seu primeiro tuíte sobre o caso, não citou diretamente assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu.
Arruda foi morto a tiros durante festa de aniversário com tema sobre o PT. Ele foi baleado pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, e reagiu também com tiros. A Polícia Civil do Paraná chegou a divulgar a morte de Guaranho, mas no domingo (10) retificou a informação e disse que ele continua internado.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
Fonte: CNN Brasil