O país recuou da 31ª para a 33º posição de 2020 para 2021 no Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras (MIWE, na sigla em inglês)
O Brasil caiu no Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras (MIWE, na sigla em inglês), indicador que aponta os melhores países do mundo para as mulheres empreenderem. O país recuou da 31ª para a 33º posição de 2020 para 2021. Os Estados Unidos, a Nova Zelândia e o Canadá ficaram em primeiro, segundo e terceiro lugar no ranking, respectivamente.
Para elaborar o índice, a companhia analisou dados de 65 países, que representam 82% da força de trabalho feminina no mundo. A empresa dividiu essas informações em três categorias: avanço das mulheres, acesso a financiamento e treinamento e condições para empreender.
Na categoria de avanço das mulheres, o Brasil caiu do 8º para o 15º lugar no mesmo período. Contudo, a Mastercard destaca que o país ainda está entre os 15 em que as mulheres mais avançaram e que houve um “notável progresso” em economias de média renda como o Brasil, acima de países de alta renda como Espanha, França e Alemanha.
Essa conquista é atribuída a diferentes fatores, como o aumento do acesso das mulheres ao ensino superior e a forte aspiração delas ao empreendedorismo. “Mulheres empreendedoras nessas economias exibem forte determinação para sobreviver de empreendedorismo por necessidade”, afirma a companhia no estudo.
A empresa ressalta que, em economias como a brasileira, as mulheres têm mais probabilidade do que os homens de viverem em extrema pobreza, são menos propensas a ter um emprego formal e mais propensas a cuidar das crianças sozinhas.
Na categoria de acesso a financiamento e treinamento, o Brasil avançou do 41º para o 40º lugar no índice. Já na categoria de condições para empreender, cresceu da 50ª para a 46ª posição.
“Apesar da falta de apoio do governo às pequenas e médias empresas e da cultura e das normas para empreender serem menos favoráveis, a taxa de atividade empreendedora é muito alta”, diz a Mastercard no relatório. “A necessidade é a impulsionadora da maioria (82%) das mulheres empreendedoras no Brasil”, afirma.
Durante a pandemia de covid-19, 90% das mulheres que perderam o emprego não retornaram ao trabalho, ante 70% dos homens, conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“As mulheres empreendedoras, que respondem por 37% do PIB global, foram mais severamente afetados pela pandemia e enfrentam barreiras contínuas para atingir todo o seu potencial”, diz Jane Prokop, vice-presidente executiva e líder do segmento global para pequenas e médias empresas na Mastercard.
“Precisamos ver um aumento do financiamento com recursos públicos nas economias em todo o mundo para mulheres em negócios e da proteção para as mulheres que trabalham nos setores formais e informais. Barreiras sistêmicas e sociais de todos os tipos precisam ser desmanteladas e as taxas de educação de jovens e adultas devem melhorar”, diz.
Fonte: Valor Investe