Foi dada a largada para a corrida eleitoral que elegerá cargos da esfera federal e estadual, o confronto de popularidade foi iniciado e, ainda, esse combate permanece entre homens, brancos e em sua maioria acima dos 40 anos concorrendo para cargos representativos que não representam a sociedade brasileira como ela realmente é, feita por mulheres, mulheres PRETAS! O cenário político ainda sofre com a falta das mulheres ocupando cargos importantes, quiçá mulheres pretas que vivem à margem da sociedade. É sobre isso que iremos falar hoje!
A inclusão de mulheres na política é de extrema importância, principalmente dentro de uma sociedade patriarcal e eurocêntrica. Viver em um país no qual a carreira política dá créditos somente aos homens, só afasta as mulheres fazendo com que elas não consigam se impor, incluir e ascender nas suas lutas diárias. A diversidade na política é um assunto urgente e insistir nesse assunto é o que nós, como sociedade, devemos fazer!
Angela Davis, em “Mulheres, Raça e Classe” faz uso de um conto para explicitar a importância da mulher no cenário político: Dizem que, um dia, Napoleão Bonaparte repreendeu uma dama francesa por se ocupar com política. “Majestade”, ela respondeu, “em um país onde as mulheres são mortas, é muito natural que as mulheres desejem saber por que isso acontece”
O Instituto Marielle Franco realizou uma pesquisa divulgada no início de novembro, indicando que as mulheres negras candidatas a cargos políticos de 142 mulheres pretas entrevistadas de 16 partidos diferentes (sendo 91% das candidatas de partidos progressistas), 98,5% sofrem violência política.
Esse é um número muito expressivo, mas pouco se fala nesse assunto, ainda mais após o último ano de eleições municipais e o próximo ano com eleição federal e estadual.
Para além da alta porcentagem de violência sofrida, das candidatas que realizaram a denúncia, (do total foram 32,6% candidatas negras que denunciaram) 70% “indicaram que a denúncia NÃO ajudou no encaminhamento da questão e/ou trouxe mais segurança para o exercício da sua atividade político-partidária” e que 71% disseram não ter tido apoio como alguma formação sobre medidas de proteção e proteção de dados e segurança para saber mais como proceder em casos como esse, aponta o estudo realizado pelo Instituto Marielle Franco.
Fomentar esse assunto é um dever social, não compartilhar a ideia da diversidade e inclusão na política apoiando candidaturas diversas e coerentes com a realidade da sociedade brasileira é negar nosso dever de agir.
Fonte: UOL