Deputadas e representantes de entidades da sociedade civil, de empresas e do governo federal defenderam, nesta terça-feira (30), a formulação de políticas de incentivo à participação feminina nas mais diversas instituições.
O tema foi abordado em audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) que debateu o Projeto de Lei 2821/08, do deputado Renato Molling (PP-RS), que torna obrigatória a participação de, no mínimo, 30% de mulheres na composição de entidades de representação civil, como sindicatos, fundações, associações e organizações não governamentais.
A procuradora da Mulher na Câmara, deputada Gorete Pereira (PR-CE), apontou que as mulheres precisam de espaço para mostrar sua competência. “As mulheres que alcançam cargos de destaque não foram levadas pelo braço, elas lutam e conseguem seu espaço, mas ainda faltam oportunidades e incentivos”, disse.
A reunião contou com a presença da secretária de Políticas para Mulheres, a ex-deputada Fátima Pelaes, para quem as conquistas recentes femininas precisam continuar. Ela ressaltou a importância do programa pró-equidade de gênero e raça feito por sua pasta. “Temos conversado com várias entidades e tentado influenciar todo o governo para estar voltado para a melhoria da condição da mulher”, declarou.
Empresas
Pelaes frisou que hoje apenas 11% das empresas que atuam no Brasil têm programas para promover a participação de mulheres.
Uma dessas companhias (Renault-Nissan) esteve representada na audiência. Para a diretora-executiva da marca, Silvia Barcik, o empoderamento das mulheres é uma oportunidade de negócios. “Nós, da Renault, acreditamos que uma decisão tomada em uma sala só de homens ou só de mulheres não é uma boa decisão. Precisamos de diferentes visões”, comentou.
Experiências
A deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), relatora do PL 2821/08 na CCJ, destacou que o encontro de hoje serviu para reunir experiências e expor aos parlamentares experiências de entidades que lutam por igualdade de condições entre homens e mulheres.
Entre outras iniciativas, os deputados da comissão conheceram projetos da Rede Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, da ONU Mulheres e do Movimento Mulher 360. “Como ator fundamental da vida nacional, as empresas têm um papel crucial na mudança de padrões”, afirmou Margareth Goldenberg, do Mulher 360, que busca equidade de gênero no meio corporativo.