Em artigo, a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, e a ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Luciana Lóssio, sustentam que a igualdade de gênero precisa ser construída na gestão municipal por meio de uma educação inclusiva e contra todas as formas de discriminação.
Ao eleitorado, elas lançaram a pergunta: sua candidata ou candidato já se comprometeu com a igualdade de gênero? E às candidaturas, outra questão: o que é possível fazer para construir uma cidade mais igualitária e democrática para todas e todos? Confira aqui.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
No último dia 2 de outubro, o Brasil chegou ao fim do primeiro turno das eleições municipais. Candidatas e candidatos apresentaram-se ao eleitorado em busca de votos que lhes alcem ao espaço de tomada de decisões sobre a vida política dos municípios em que vivem. Elaboraram propostas de mandatos e receberam a confiança de milhões de brasileiras e brasileiros por meio do voto.
“Nestes instantes decisivos, é importante saber o que cada candidata e candidato propõe para o pleno desenvolvimento humano, social e econômico para mulheres e homens nos 5.568 municípios brasileiros”, escreveram em artigo recente Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, e Luciana Lóssio, ministra do Tribunal Superior Eleitoral.
Ao eleitorado, elas lançaram a pergunta: sua candidata ou candidato já se comprometeu com a igualdade de gênero? E às candidaturas, outra questão: o que é possível fazer para construir uma cidade mais igualitária e democrática para todas e todos?
“A igualdade de gênero precisa ser construída na gestão municipal por meio de uma educação inclusiva e contra todas as formas de discriminação, com creches, transporte público de qualidade, cobertura de saúde em bairros distantes, redes de fomento ao empreendedorismo local, saneamento básico, iluminação pública, oferta de cultura e lazer”, argumentam as autoras.
“As mulheres precisam ser consideradas cidadãs plenas de direitos, na sua diversidade – como negras, indígenas, LGBTT, jovens, idosas, trabalhadoras, moradoras de periferia e áreas isoladas –, e como grupo vulnerável às desigualdades estruturais no Brasil, e que terá melhores condições de vida se as decisões da gestão pública as considerarem como sujeitas de direitos e figuras centrais na administração municipal”, acrescentaram.
Este é o propósito da iniciativa “Cidade 50-50: Todas e todos pela igualdade”. São ao todo 12 propostas publicadas na plataforma www.cidade5050.org.br, estabelecendo os elos entre a gestão municipal e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas, por meio de seis áreas de concentração: (1) governança e financiamento; (2) empoderamento econômico; (3) participação política; (4) educação inclusiva; (5) enfrentamento à violência contra as mulheres; e (56) saúde, chamando a atenção para a implementação de serviços municipais que garantam atendimento adequado às mulheres e meninas em sua diversidade.
“O processo eleitoral é um momento estratégico para o debate político, o qual precisa absorver as mudanças decorrentes da conquista de direitos e de cidadania no Brasil”, disseram Nadine e Luciana.
“É também o momento em que se estabelecem pactos de confiança entre candidaturas e eleitorado. Logo, conhecer desde o começo como candidatas e candidatos às prefeituras e às Câmaras Municipais assumem o compromisso de trabalhar pela igualdade de gênero e como o mantém até a conclusão dos seus mandatos pode ser determinante para a escolha de quem reúne as melhores capacidades de gestão das cidades.”
A iniciativa Cidade 50-50 é uma parceria entre a Agência Patrícia Galvão, o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades da Universidade de Brasília, a ONU Mulheres e o Tribunal Superior Eleitoral.
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Fonte: ONU