O Brasil é o primeiro país da América Latina a adotar o selo A-rate, dado a filmes que passam no teste de Bechdel-Wallace, ou seja, têm ao menos duas personagens femininas conversando entre si sobre algum assunto que não seja um homem.
A iniciativa conta com o apoio das salas Caixa Belas Artes, Espaço Itaú de Cinema e Reserva Cultural, bem como das distribuidoras Ello Company, Fênix, Imovision, Pandora e Vitrine. Integrantes do coletivo Elviras, que reúne profissionais da crítica, também se comprometeram a utilizar o selo em suas resenhas, assim como o Mulher no Cinema, site que é exclusivamente dedicado a produções centradas em mulheres e/ou realizadas por mulheres.
No Facebook, a página Teste de Bechdel Brasil começou a publicar imagens de filmes que receberam o selo, reunidas de forma colaborativa por integrantes do grupo Mulheres do Audiovisual Brasil.
Todas estas iniciativas foram anunciadas durante o Seminário Internacional Mulheres em Foco no Audiovisual, realizado no dia 5 em São Paulo, e que contou com a presença da sueca Ellen Tejle, criadora do selo A-rate.
Em 2013, Ellen, que é diretora de um cinema em Estocolmo, decidiu marcar os filmes em cartaz que passavam no teste de Bechdel-Wallace. O nome faz referência à cartunista americana Alison Bechdel, que mencionou a lista de exigências em uma história em quadrinhos publicada nos anos 1980, e à amiga Liz Wallace, responsável pelo conceito.
Depois de criar o selo, Ellen divulgou o material na internet para que pudesse ser usado por outros exibidores. Cerca de quatro anos depois, a campanha está em mais de dez países. “Me sinto chocada porque apenas tive uma ideia no meu pequeno cinema em Estocolmo, e de repente se tornou algo mundial”, disse, em entrevista ao Mulher no Cinema.
Na foto: Tatiana Groff, do Seminário Internacional Mulheres em Foco no Audiovisual; Marília Nogueira, do Cabíria – Prêmio de Roteiro; Debora Ivanov, diretora da Agência Nacional de Cinema (Ancine); Malu Andrade, do grupo Mulheres do Audiovisual Brasil; Ellen Tejle, do selo A-rate; e Minon Pinho, diretora da Casa Redonda.
Fonte: Mulher no Cinema